Imposto de Renda: veja universidades que oferecem atendimento gratuito para preencher a declaração

Faltando quase dois meses para o fim do prazo de envio da declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2024, universidades públicas e privadas oferecem serviços de consultoria gratuita para auxiliar contribuintes que ficam inseguros ou têm dificuldades para preencher o documento entregue à Receita Federal. A janela de envio da declaração começou valer no último dia 15, e vai até 31 de maio.

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Há opções de iniciativas tanto presenciais quanto online. Antes, porém, os interessados devem lembrar de preparar os documentos de identificação próprios e dos dependentes e os comprovantes de rendimentos, como investimentos, remuneração, aluguéis, aposentadorias, entre outros. É importante separar as notas de doações, gastos com escola e consultas médicas

Uerj

A Universidade do Estado do Rio (Uerj) atende moradores dos arredores do campus sede da instituição, no Maracanã, na Zona Norte do Rio, no preenchimento da declaração do IRPF. O foco principal do projeto é auxiliar moradores da favela da Mangueira, mas demais moradores e servidores da universidade também são atendidos.

A iniciativa é promovida por professores e cerca de 90 alunos da graduação e dos programas de pós graduação da Faculdade de Administração e Finanças (FAF) da Uerj.

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Os atendimentos acontecem no dia 23 de maio, em três horários: 9h às 12h, 13h às 16h e 17h às 20h. Não é necessário agendamento, mas as vagas são limitadas e organizadas por senhas. O programa acontece na Rua São Francisco Xavier, 524, no 9º andar do bloco E.

Além do auxílio presencial, também é possível acessar vídeos e outros conteúdos relacionados, por meio das redes sociais do projeto, pelo Instagram @IRnaMangueira.

Estácio

Professores e alunos do curso de Ciências Contábeis da Estácio tiram dúvidas dos cidadãos gratuitamente nos Núcleos de Atendimento Fiscal (NAF) da instituição. Basta que o contribuinte compareça no campus que preferir. No Rio, são dez endereços (veja abaixo).

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Também é possível ser auxiliado remotamente pelo NAF Digital, uma parceria da universidade com a Receita Federal. É só escrever para o e-mail naf.digital@estacio.br.

Estácio Madureira – Estrada do Portela, 222 Madureira Shopping – Pisos 5, 6 e 7 Estácio Nova América (Zona Norte) – Av. Pastor Martin Luther King Jr., 126 – Del Castilho -Estácio Centro I – Av. Pres. Vargas, 642 – Centro Estácio R9 Taquara (Jacarepaguá) – Rua André Rocha, 838 – Taquara Estácio Tom Jobim (Barra da Tijuca) – Avenida das Américas, 4.200 Estácio Campo Grande (West Shopping/Zona Oeste) – Estrada do Mendanha, 555 -Estácio Nova Iguaçu (Baixada Fluminense) – Rua Oscar Soares (antiga Plínio Casado), 1.466 Estácio Niterói II – Rua da Conceição, Nº 131,2º ao 14º Andar – Lojas 101 e 102 Estácio Alcântara (São Gonçalo) – Rua Manoel João Gonçalves, 410 – Alcantara, São Gonçalo Estácio Cabo Frio (Região dos Lagos) – Rua General Alfredo Bruno Gomes Martins, s/n – Lote 19 – Braga, Cabo Frio

IBMR

O Centro Universitário IBMR oferece o tira-dúvidas do Imposto de Renda presencialmente nas unidades da Barra da Tijuca (Av. das Américas, 2603), na Zona Oeste, e de Botafogo (Praia de Botafogo, 158), na Zona Sul. Quem participa da ação são os alunos da graduação em Ciências Contábeis, treinados pelos professores e por técnicos da Receita Federal.

Os atendimentos começam no dia 15 de abril e seguem até o dia 30 de maio, véspera do fim do prazo de entrega da declaração ao Fisco. Na unidade de Botafogo, a iniciativa acontece sempre às segundas-feiras, das 17h às 19h. Já na Barra, a ação é às quintas-feiras, das 13h às 16h.

Mackenzie

A Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio promove o projeto IR Solidário nos dias 27 de abril e 25 de maio, sempre das 8h às 13h. No evento, alunos do curso de Ciências Contábeis oferecerão o serviço de forma voluntária ao público interessado, orientados por professores da instituição.

Para participar, é preciso resgatar um ingresso gratuito pela internet (clique aqui). A instituição de ensino fica na Rua Marquês de Olinda, 70, em Botafogo, na Zona Sul.

Unigranrio

Na Baixada Fluminense, a Unigranrio-Afya promove na segunda semana de abril atendimento gratuito para a declaração do IRPF. A ação acontece na unidade de Duque de Caxias (Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160, bairro Jardim 25 de Agosto).

O projeto é realizado por alunos e professores dos cursos de Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Gestão Financeira. Datas e horários ainda não foram confirmados, mas serão divulgados nos canais oficiais da universidade nas redes sociais.

Além disso, o Núcleo de Práticas Jurídicas da Unigranrio oferece atendimento online para tirar dúvidas do Imposto de Renda. Basta criar um cadastro e enviar a pergunta no site da universidade (clique aqui).

Veiga de Almeida

A Universidade Veiga de Almeida oferece em abril atendimento gratuito para ajudar no preenchimento da declaração e para tirar outras dúvidas relacionadas ao tema. O serviço acontecerá no campus Tijuca, Será em esquema de plantão, no mês de abril, no campus Tijuca, na Rua Ibituruna, 108, mas as datas ainda não foram definidas. A instituição informou que os detalhes serão divulgados nos canais oficiais da UVA.

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Usuários da Unimed-Rio começam a ser atendidos pela Unimed Ferj na segunda-feira, dia 1º. Entenda

A partir da próxima segunda-feira (dia 1º), todos os usuários da Unimed-Rio passarão a ser atendidos pela Unimed do Estado do Rio de Janeiro Federação Estadual das Cooperativas Médicas (Unimed Ferj). Segundo números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 452.598 usuários em planos de assistência médica e 33.150 clientes em planos odontológicos serão atingidos.

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A transferência da carteira foi decidida no início do mês em reunião feita pela ANS, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Unimed do Brasil, Central Nacional Unimed, além da Unimed-Rio e Unimed Ferj.

Ainda de acordo com a agência reguladora, a transferência da carteira não poderá causar qualquer prejuízo à assistência dos beneficiários, desde alterações de preço, produtos, rede e carências. Os médicos (são cerca de quatro mil cooperados) também vão continuar com as mesmas condições atuais da Unimed Rio.

A operadora estava sob direção fiscal e técnica da ANS desde 2015. Segundo a agência, a Unimed-Rio continuará suas atividades como prestadora de serviços de saúde, deixando de atuar como operadora de plano de saúde.

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Na reunião, ficou acordado que a Unimed Ferj vai manter a rede da Unimed-Rio, com a contração de todos os serviços operacionais da Unimed-Rio para suportar a fase de transição de transferência de carteira ao longo de 2024.

Além disso, a Unimed Ferj vai arrendar o hospital e os prontos atendimentos da Unimed-Rio, assumindo autonomia sobre a gestão, o dimensionamento estrutural e o direcionamento assistencial de todo equipamento arrendado, além de ficar responsável pela dívida assistencial da Unimed-Rio com laboratórios e clínicas.

Portabilidade

Em comunicado que reforça a transferência dos usuários a partir da segunda-feira, a ANS criou um canal de atendimento específico para os beneficiários atingidos pela mudança. Ao entrar em contato com o Disque ANS pelo 0800 701 9656, o usuário terá uma opção de direcionamento para esclarecimento de dúvidas sobre a transferência da carteira entre as operadoras.

A ligação é gratuita e o atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, exceto em feriados nacionais.

A agência também destacou que beneficiários de planos de saúde têm direito à Portabilidade de Carências, ou seja, podem contratar um novo plano com isenção total de carências para as coberturas já previstas no plano de origem, desde cumpridos os requisitos. A agência criou uma cartilha para tirar dúvidas dos consumidores (clique aqui).

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Detran prorroga calendário de licenciamento anual de veículos emplacados no Estado do Rio

O calendário de licenciamento anual de 2024 para os veículos emplacados no Estado do Rio foi prorrogado pelo Detran.RJ. Com isso, os motoristas ganharam mais prazo para quitar a taxa no valor de R$ 191,88.

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O licenciamento anual é necessário para todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semirreboque registrado em território fluminense. E é obrigatório para a emissão do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos em meio digital (CRLV-e), que atesta que o carro está em situação regular no ano corrente.

Confira o novo calendário de licenciamento

Veículos com final de placa 0, 1 e 2 – prazo terminaria em 31de maio, mas agora vai até 31 de julho Veículos com final de placa 3, 4 e 5 – prazo terminaria em 30 de junho, mas agora vai até 31 de agosto Veículos com final de placa 6, 7, 8 e 9 – prazo terminaria em 31 de julho, mas agora vai até 30 de setembro

Como pagar a taxa

Para licenciar o veículo, é preciso pagar a Guia de Regularização de Taxas (GRT), obtida no site do Bradesco. Em seguida, basta selecionar no site a opção “Produtos e Serviços” (à esquerda da tela) e, em seguida, clicar em “Serviços”. Depois, é preciso escolher “Pagamentos”.

Ainda nesta página, o motorista deve escolher, dentro da opção “Tributos”, o item “DETRAN RJ – GRD, DUDA, GRT e GRM”. Uma lista de telefones para esclarecer dúvidas será apresentada. No final dela, haverá a opção “Gerar boleto”.

A partir daí, é preciso escolher a opção GRT (no alto da página), ter o número do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) em mãos e digitar a sequência de 4 dígitos apresentada pelo site, clicando em “Continuar”.

Outros pagamentos obrigatórios

Vale lembrar que neste ano, para obter o CRLV-e do veículo — documento digital —, é preciso quitar também o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e as eventuais multas de trânsito vencidas.

Além disso, a emissão do CRLV-e dos veículos movidos a gás natural veicular (GNV) está condicionada à comprovação anual de novo Certificado de Segurança Veicular (CSV) periódico, conforme a Resolução Contran 292/2008.

Depois de pagar

Após o pagamento da guia GRT e a compensação bancária — além da quitação do IPVA e das multas vencidas — , o motorista poderá ter acesso ao documento do veículo referentes a 2024 de modo digital, pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito, pelo Posto Digital do Detran.RJ (acessado pelo site detran.rj.gov.br) ou pelo Portal de Serviços da Senatran, já que o CRLV não é mais impresso em papel-moeda desde 2021.

É possível compartilhar o CRLV-e com até outras cinco pessoas, que também terão acesso ao mesmo pelo aplicativo no celular. Se uma família divide um único carro, por exemplo, todos poderão ter o documento em seus smartphones. Quem preferir pode imprimir o licenciamento em papel comum, que terá valor igual ao digital.

Emissão do CRLV-e pelo app Carteira Digital de Trânsito (pessoa física)

O primeiro passo é se registrar no portal Gov.br, que é o cadastro do governo federal. Se o usuário optar por baixar o app Carteira Digital de Trânsito, o passo a passo é o seguinte:

Instale o app e cadastre o usuário Selecione “Entrar com Gov.br” Na tela seguinte, informe CPF e selecione “Próxima” Na próxima tela, crie uma conta e, após criá-la, retorne ao aplicativo e clique em “Entra com Gov.br”.

Baixe o CRLV Digital:

Faça o login Selecione “Veículos” Informe o número do Renavam e o Número de segurança do CRV (é o antigo DUT, com 11 caracteres) Selecione “Incluir” e estará pronto o CRLV Digital

Emissão do CRLV-e pelo Portal do Senatran (pessoa jurídica)

Se optar pelo Portal de Serviços da Senatran, o usuário também deverá ser cadastrado no Gov.br, informar CPF e senha e, em seguida, selecionar a opção “Veículos”. O automóvel de que é possuidor ou principal condutor já será apresentado na tela. Mas o interessado pode também digitar placa e número de Renavam. A tela seguinte, já com os dados do automóvel, permitirá emitir o CRLV Digital.

Acesse o Portal de Serviços da Senatran Clique em ‘Entrar com gov.br’, depois selecione “Certificado digital” Na tela inicial clique em “Meus veículos” Na sequência serão exibidos os veículos registrados em nome da pessoa jurídica Clique sobre o veículo desejado, em seguida baixe o CRLV nos formatos ‘pdf’ ou ‘p7s’ O documento será baixado e você poderá imprimir em folha A4.

Emissão pelo Posto Digital do Detran.RJ:

Entre no site do Detran.RJ e clique na aba Posto Digital, na barra superior Clique em ‘”Acessar o portal via Gov.br” e, nas telas seguintes, informe CPF e senha No Posto Digital, clique na aba ‘Veículos’ Selecione o veículo a ser consultado Na aba “Documentos digitais”, clique em ‘Emitir CRLVe’ Imprima o documento digital em papel A4 ou salve em PDF para usá-lo no celular, no notebook ou em outras plataformas

Casos de impedimento

Alguns motivos podem impedir que o documento de licenciamento anual do veículo seja gerado e se torne acessível para os usuários, alerta o Detran RJ. Nesse caso, se o usuário pagar a GRT, o IPVA e as multas vencidas e o documento não atualizar no aplicativo, ele deve ir a uma das unidades de veículos do Detran.RJ – posto de vistoria, Unidade de Serviços Veiculares (USV), Ciretrans, Serviços Auxiliares de Trânsito (SATs) ou sede (Av. Presidente Vargas 817, térreo, acesso 3) para verificar o motivo.

Abaixo, alguns exemplos de situações impeditivas:

Não ter pago as GRTs de 2024 ou de anos anteriores Ter sido parado em operação de fiscalização do Detran e não ter cumprido eventuais exigências, ficando com restrição cadastral Para veículos de transporte escolar, veículos de carga, veículos de transporte coletivo de passageiros e veículos rodoviários de passageiros, além da quitação das taxas, encargos e multas, o licenciamento está condicionado à verificação das condições de trafegabilidade e emissão de gases em vistoria veicular (só ficará dispensada a vistoria nos veículos movidos por gás natural veicular e vistoriados pelo Inmetro) Ter qualquer restrição administrativa ou judicial que impeça o licenciamento do veículo Ter deixado de concluir um processo em posto de atendimento do Detran.RJ, deixando o protocolo em aberto Ter deixado de atender chamado de recall da montadora do veículo Ter realizado o serviço de Comunicação de Venda ou Intenção de Venda Ter realizado alguma alteração de características no veículo (com emissão de CSV) que ainda não foi atualizada no sistema do Detran.

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Receita Federal assina transação tributária de mais de R$ 2 bilhões

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, anunciou, nesta quarta-feira (27/3), a assinatura de um contrato de transição tributária com uma empresa em valor superior a R$ 2 bilhões. A movimentação foi realizada para pagar dívidas tributárias com desconto. A informação foi repassada ao público durante uma entrevista coletiva do Ministério da Fazenda, com o tema “Transações Tributárias na Receita Federal”.

Mesmo assim, o secretário não informou se o valor corresponde à dívida ou se é apenas o valor a ser pago. Ele também preferiu não citar o nome da empresa. Além da transação firmada hoje, Barreirinhas já havia revelado no dia anterior, em audiência na Câmara, que o Fisco fechou uma transferência de R$ 1 bilhão com outra empresa recentemente.

A modalidade de transação individual é um artifício novo na Receita Federal. Como explicou o subsecretário de Arrecadação, Cadastro e Atendimento substituto, Marcio Gonçalves. Ela é utilizada apenas para regularizar a situação de empresas com débitos superiores a R$ 10 milhões.

“E não é uma negociação rápida, porque você trabalha com o contribuinte individualmente, ele vai trazer as suas opções e a gente vai avaliar as opções que ele trouxe, tudo dentro do parâmetro legal – apresentação de garantias, plano de pagamento -, então é uma negociação entre a Receita Federal e o contribuinte”, disse o subsecretário durante a coletiva.

Gonçalves ainda ressaltou que a empresa que devia R$ 2 bilhões tinha 42 processos administrativos na justiça, enquanto que a que tinha R$ 1 bilhão em débitos, respondia a 118 processos. “Então é uma vantagem para a administração tributária e para o contribuinte, que vai poder se regularizar, voltar a produzir e a gerar emprego e renda”, completou.

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Daniel Alves: amigos pagaram fiança do jogador, diz jornal

O jogador Daniel Alves pagou a fiança e saiu da cadeia em Barcelona nesta segunda-feira (25/3). Entretanto, o jogador precisou da ajuda de alguns amigos para arrecadar o dinheiro de 1 milhão de euros, cerca de R$ 5,4 milhões.

De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, a defesa de Daniel Alves conseguiu a quantia por meio de empréstimos com um grupo de amigos. O canal mexicano TUDN, informou que o atacante Memphis Depay, do Atlético de Madrid, está no grupo que ajudou Daniel Alves.

Memphis Depay já se manifestou em outros casos parecidos. Em 2023, ele ajudou e saiu em defesa publicamente quando Benjamin Mendy foi preso por estupro, Mendy foi acusado por quatro mulheres de agressão sexual e foi absolvido pela justiça do Reino Unido. Depay também já emprestou dinheiro para Quincy Promes, condenado a 6 anos de prisão por tráfico de drogas.

Durante o julgamento por estuprar de uma jovem em uma boate, a advogada do jogador afirmou que ele tinha uma dívida de 500 mil euros (R$ 2,7 milhões) com o Ministério da Fazenda espanhol, além de duas contas no país: uma com 50 mil euros (R$ 272 mil) e outra com saldo negativo de 20 mil euros (R$ 109 mil). No entanto, o jogador tem a receber 6,8 milhões de euros, equivalente a R$ 36,6 milhões, que vem de restituição de impostos.

Os valores que Daniel Alves tem a receber da Fazenda da Espanha, que é semelhante à Receita Federal do Brasil, são referentes a um processo por pagamento de impostos, ocorridos entre 2013 e 2014. De acordo com o tribunal responsável pela decisão, o jogador não precisaria ter pago taxas sobre movimentações financeiras feitas à época. O valor foi dado como garantia pela advogada Inés Guardiola.

Daniel foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por estupro. Ele estava preso desde janeiro de 2023. Porém, na semana passada, a Justiça concedeu a Daniel Alves o direito de aguardar em liberdade o julgamento dos recursos.

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Justiça procura trabalhadores que ‘esqueceram’ R$ 21 bi em contas judiciais após ganharem ações

A Justiça do Trabalho está em busca de trabalhadores que, após ganharem ações judiciais, esqueceram de retirar a quantia em contas judiciais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. O montante soma R$ 20,92 bilhões referentes a depósitos recursais, honorários periciais e alvarás que não foram sacados por empresas, advogados ou peritos em processos anteriores ao ano de 2019.

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No Rio de Janeiro, são mais de R$ 6,7 bi esquecidos em contas judiciais, em Minas Gerais esse valor ultrapassa os R$ 8 bilhões. Em São Paulo, o apurado em contas judiciais é menor, a quantia é de cerca de R$ 436 milhões.

O mapeamento e busca dos esquecidos é realizada pelo projeto Garimpo, que tem coordenação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Após a identificação dos valores em contas judiciais, a Justiça do Trabalho busca o beneficiário da conta e inicia um trabalho para localizá-lo.

O Garimpo é realizado pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), que identifica quem são esses trabalhadores a partir de dados da Caixa e do Banco do Brasil. Já a localização dos beneficiários é feita pelos sistemas de busca patrimonial, como o Cisbajud, o Infijud e o Infoseg, informou o TST.

Até o momento, foram pagos cerca de R$ 1,3 bilhão aos beneficiários encontrados pelo projeto.

Empresas são maioria

Em relação aos donos das quantias esquecidas em contas judiciais, 70% são empresas, 20% são trabalhadores e 10% outros. De acordo com o TST, quando uma empresa é beneficiária dessas contas judiciais, antes de a Justiça do Trabalho fazer o pagamento, verifica-se se essa empresa é devedora em outro processo trabalhista.

Para a advogada Trabalhista Priscila Moreira, da Abe Advogados, a proporção de empresas é explicada pela necessidade do depósito recursal para poder recorrer às sentenças ou decisões de tribunais.

— Muitas vezes, as empresas conseguem reverter as sentenças ou as decisões dos tribunais e simplesmente se esquecem de pedir o levantamento dos depósitos recursais. Ou, então, entram com os recursos, mas não conseguem alterar a decisão e vão para a execução e, finalmente, acabam pagando a execução, esquecendo que lá no passado foi feito um depósito recursal que é um valor que serve exatamente para poder pagar a execução — explica.

Ricardo Christophe Freire, sócio da área Trabalhista do escritório Gasparini, Nogueira de Lima e Barbosa Advogados, diz que uma das causas do esquecimento é a demora para a conclusão de uma ação trabalhista, que pode chegar a 20 anos para ser finalizada.

— Às vezes o processo demora 15 anos, 20 anos para ser concluído e aí pode acontecer ou os autores se esquecem, a empresa esquece da existência desse processo, o autor também esquece da existência desse processo, principalmente no caso das coletivas. Então quanto mais tempo se passa também, mais difícil de conseguir recuperar e depois identificar essas pessoas.

Garimpo não possui serviço de consulta

Diferentemente de serviços como valores a receber do Banco Central, o Garimpo não possui consulta para o cidadão, informou o TST. Caso o trabalhador lembre de algum processo trabalhista já finalizado, a orientação é para que consulte um advogado ou a vara onde o processo teve início.

De acordo com o TST, 728.743 contas foram mapeadas sem identificação dos beneficiários, com um montante de R$ 3,9 bilhões. Agora, a Justiça do Trabalho está em tratativas com a Receita Federal para transferir esses recursos para a União.

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Score de crédito: entenda como é calculada e como melhorar pontuação que libera acesso a empréstimos e financiamentos

Você sabe o que é “score de crédito”? Trata-se de uma pontuação calculada de acordo com o pagamento de suas contas, como empréstimos bancários, cartão de crédito e boletos de água, luz e telefone. As informações são fornecidas, em grande parte, via Cadastro Positivo — um banco de dados alimentado por instituições autorizadas pelo Banco Central (BC). O resultado tem como objetivo sinalizar ao mercado se uma pessoa é ou não boa pagadora.

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— A pessoa pode nunca ter feito a consulta de seu score, mas se tem mais de 18 anos e Cadastro de Pessoa Física (CPF) tem uma nota sendo formada por como consome e efetua pagamentos. E isso vai afetar a liberação de crédito para ela: seja o limite do cartão ou a concessão de financiamento imobiliário — explica Carla Beni, professora de Econommia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

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O Cadastro Positivo reúne informações de contas pagas em dia, mas também de atrasos e negativações. Embora seja possível pedir a retirada do próprio nome deste banco de dados, é importante considerar que isso não ajuda a obter novos créditos, uma vez que as instituições ficam sem parâmetro do risco da operação.

Segundo o Banco Central, têm permissão para calcular score no país: Boa Vista, SPC Brasil, Quod, Serasa e TransUnion Brasil. Essas empresas podem escolher o peso dado a cada informação coletada pelo Cadastro Positivo, inclusive convidar o pagador a compartilhar mais dados, como de contas bancárias, a fim de melhorar a análise de seu perfil. As notas, então, podem ser consultadas por instituições que querem tomar uma decisão de concessão de crédito.

O EXTRA traz, abaixo, dicas para melhorar o seu score e, consequentemente, as condições de negociação, como taxa de juros, em solicitações de crédito às instituições financeiras. Atitudes como a quitação de uma dívida ou evitar simulações repetidas de empréstimo, sem necessidade, podem impactar na sua pontuação. Não há mágica, no entanto.

Cuidado com golpes

Assim, ao ler promessas de aumento de score na internet, é preciso ter cuidado.

— Em momentos de vulnerabilidade, as pessoas caem em muitos golpes deste tipo: um botão para aumentar o seu score ou mesmo um curso que promete ensinar a aprender a aumentar o score. As pessoas pagam e o serviço não existe — alerta a gerente da Serasa, Amanda Castro.

Não há como pagar para aumentar o score de crédito, e as dicas seguras de hábitos a melhorar para impactar a pontuação estão nos sites oficiais de cada birô autorizado.

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Vale lembrar que, embora importante, o score de crédito não é a única informação que pode ser considerada pelas instituições financeiras na concessão de crédito, alerta Ciro Burgos, professor de Ciências Contábeis do Centro Universitário UniDomBosco:

— É importante ir até a instituição onde pretende buscar o crédito e conversar com o agente sobre toda a sua situação. Você pode ter uma aplicação financeira que não está contabilizada no score, por exemplo. Informações de renda ou patrimônio que podem ser indicadores da evolução financeira — orienta.

Sobe e desce da pontuação

É indispensável para ter um bom score pagar em dia todos os compromissos assumidos: fatura do cartão, parcela de empréstimo ou financiamento, contas de energia e telefone. Evitar que uma dívida seja negativada ou, caso isso aconteça, quitá-la o quanto antes. O Cadastro Positivo guarda informações de pagamentos em dia, mas também de dívidas. É possível retirar o nome desse banco de dados. Essa medida, porém, pode prejudicar a pontuação, já que os birôs ficam sem parâmetro para calcular o risco nas operações de crédito. Permitir a conexão bancária pode aumentar o score na Serasa. Essa conexão habilitará a análise de informações de renda fixa e poupança do consumidor, por exemplo. Simular empréstimos repetidamente pode prejudicar o score, uma vez que demonstra um desespero por crédito. É bom evitar, quando não houver necessidade. Renegociar uma dívida é um primeiro passo para melhorar o score, embora não apague imediatamente o registro de que houve um atraso. Em geral, hábitos dos últimos 12 meses são os mais importantes para o cálculo do score, embora informações mais antigas também sejam analisadas. Pagamentos em lojas feitos em dinheiro não geram informações para o score de crédito, uma vez que são difíceis de serem rastreadas.

Mas para ir bem no score, o ideal é entender tudo o que conta ou não na avaliação e identificar seus pontos fracos, para resolver a situação. Vamos lá?

Como o score é calculado?

Fontes: Amanda Castro, gerente da Serasa; Marcelo Aragona, superintendente de Produtos e Negócios do SPC Brasil; Marcos Coque, diretor de Analytics da Boa Vista. Também autorizadas pelo Banco Central a calcularem score de consumidores, a TransUnion Brasil e a Quod não responderam até o fechamento da edição.

Serasa: Pagamentos de contratos de crédito ativos ou finalizados nos últimos 12 meses determinam mais de metade da nota na Serasa (55%). Registro de dívidas pagas ou pendentes compõe 33% da pontuação. Consultas ao CPF e tempo de relacionamento com o mercado de crédito tem, cada um, 6% de peso. SPC Brasil: Em um score padrão, os pesos são: histórico de negativações (30%), histórico de solicitações de crédito (20%), histórico de contratações de crédito, telefonia e energia (20%), histórico de pagamento dos compromissos de crédito , telefonia e energia (30%). Boa Vista não informou a fórmula de cálculo.

Como consultar o próprio score?

Serasa: Via site ou aplicativo Serasa. O acesso é gratuito. SPC Brasil: No app SPC, gratuitamente. Boa Vista: Pelo site www.consumidorpositivo.com.br. O acesso é gratuito.

Quais são as classificações do score?

Serasa: De 0 a 500, considera que a chance de obter crédito é baixa. A partir de 501 a chance é boa e, acima de 701 pontos, considerada excelente. SPC Brasil: Classifica clientes de alto risco aqueles com score até 399. O médio risco vai de 400 a 599. Baixo risco é avaliado a partir de 600 pontos, melhorando a partir de 800. Boa Vista: Considera que pode ser difícil conseguir crédito com nota abaixo de 549. Acima, não há dificuldade. Mas a partir de 700, as condições oferecidas pelas instituições em contratos melhoram.

Aceita conexão de dados bancários? Apenas a Serasa oferece, em sua última versão de score, a opção para o consumidor de compartilhar dados transacionais de contas bancárias. A conexão bancária não pode diminuir o score, apenas manter ou aumentar a pontuação. E a conexão de uma ou mais contas bancárias pode ser interrompida a qualquer momento. Atenção: Serasa não ganha permissão para fazer nenhuma operação na conta. Nem solicita senha.

Impacta no score ou não?

Finanças da família: Na Serasa não, mas há o desejo de considerar a renda familiar no futuro. O SPC Brasil também não considera este fator. O Boa Vista, sim. Lugar onde mora: Na Serasa, não. Nos outros dois birôs, sim. O SPC explica que leva em consideração os perfis de compras diferentes entre regiões, como Nordeste e Sul do país. Idade: Na Serasa, não. Nos outros dois birôs, sim. O SPC Brasil esclarece que a idade é utilizada para identificar a fase de vida do consumidor e comportamentos de compra diferentes. Porém, essa informação possui relevância muito baixa. Gênero: Não. Ter reserva financeira: Apenas na Serasa, se o consumidor optar pela conexão bancária na última versão do score. Assim, é possível identificar uma poupança, por exemplo. A Serasa ainda testa o acesso a dados do FGTS, que pode facilitar financiamento de casa própria, por exemplo. Ter ou não renda fixa: Na Serasa, por meio da conexão bancária, sim. Está em fase beta ainda a permissão para coletar dados de ganhos de motoristas por aplicativo. O Boa Vista também considera renda fixa em seu cálculo. O SPC Brasil não tem acesso a essa informação. Ter investimento: Não. Simular empréstimo: A Serasa e o SPC Brasil respondem que pode impactar momentaneamente, uma vez que demonstra um desespero por crédito. Para o Boa Vista, não. Consultas ao CPF feitas por empresas: A Serasa e o SPC Brasil afirmam que sim. Para o Boa Vista, isso depende do tipo de empresa. Por exemplo, consultas em bancos, financeiras e seguradoras. Pagamentos em lojas feitos em dinheiro: Formas de pagamento não têm impacto no score. Mas a compra à vista não é rastreada pelo Cadastro Positivo, deixando de gerar dados de bom pagador.

Renegociar uma dívida aumenta o score? O registro de que houve uma dívida não some, mas a negociação elimina uma negativação. Essa informação é positiva. Segundo o SPC Brasil, essa informação é adicionada em uma ou duas semanas a partir dos arquivos semanais do Cadastro Positivo. Mas se há outras negativações, a melhora no score será pequena.

De quanto em quanto tempo o score é atualizado? Diariamente. No entanto, alguns dados dependem da atualização do Cadastro Positivo ou podem variar segundo o prazo de faturamento da forma de pagamento utilizada. Por exemplo, o Pix cai na conta imediatamente, enquanto o boleto pode demorar alguns dias.

Qual é a memória do score? Serasa considera dados positivos dos últimos 12 meses, mas informações negativas podem ser consideradas por cinco anos. Nos outros dois birôs, as informações dos últimos 12 meses são as mais relevantes, chegando a representar 70% da pontuação no SPC Brasil.

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Pardos devem ser concebidos a partir da realidade brasileira

[RESUMO] Apesar de as raças serem uma fraude científica, argumenta autor, os discursos racistas moldaram a sociedade brasileira. Para combater essa situação, é necessário desenhar políticas de reparação com matizes brasileiros, levando em conta a especificidade da experiência racial de pardos, não raro objetos de constrangimento em bancas de heteroidentificação de concursos públicos e vestibulares.



No final de fevereiro, veio a público o caso de Alison dos Santos Rodrigues, o jovem de 18 anos que perdeu a vaga no curso de medicina da USP por ter sua autodeclaração como pardo negada. A situação, obviamente, não é inédita.

Por exemplo, no concurso do Itamaraty de 2016, quase metade dos candidatos que se identificaram como negros não foram aprovados. Em 2018, 60% dos aprovados pelas cotas da UFF (Universidade Federal Fluminense) foram desclassificados. Agora, 204 dos estudantes que concorriam às 2.067 vagas reservadas às cotas pela USP entraram com recurso. Certamente, há muitas outras situações semelhantes Brasil afora —seja na avaliação de comitês institucionais, seja no tribunal das redes sociais.



Em 1983, com Abdias do Nascimento, foi proposto um primeiro projeto de lei de cotas raciais no Brasil. Porém, foi somente em 2012, por meio da lei 12.711, que as instituições federais de ensino superior ficaram obrigadas a reservar um percentual de cotas raciais em proporção equivalente ao percentual de negros, pardos e indígenas aferido pelo IBGE na unidade federativa onde a universidade está sediada —o que, óbvia e felizmente, induziu um avanço civilizatório em nossa sociedade.

De acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), há basicamente três métodos de classificação racial: a autoidentificação, quando o próprio sujeito identifica o grupo do qual se considera membro; a heteroidentificação, quando outra pessoa identifica o grupo ao qual o sujeito pertence; e a identificação biológica, quando é realizada por meio de análise genética.

Até agosto de 2016, o sistema de cotas estava baseado quase exclusivamente na autodeclaração. Todavia, a ocorrência de um número considerável de fraudes motivou a instituição de uma norma que definiu que os candidatos cotistas de concursos federais deveriam ser submetidos a comissões aptas a avaliar “aspectos fenotípicos do candidato”, que seriam verificados com sua presença. São as chamadas comissões de heteroidentificação.

Na USP, por exemplo, os candidatos passam por uma análise fotográfica realizada por uma banca composta de cinco pessoas. Caso não sejam aprovados por maioria simples, são direcionados para outra banca. Caso ambas as bancas reprovem a imagem, o candidato é convocado para uma oitiva em que tão somente lê um texto em que se identifica como preto ou pardo, sem que possa justificar os motivos de sua autodeclaração.

A análise, portanto, acompanha a norma que determina que, nos concursos públicos, “a comissão de heteroidentificação utilizará exclusivamente o critério fenotípico para aferição da condição declarada pela pessoa” —ou seja, faz uso apenas do olhar subjetivo dos examinadores e leva em consideração tão somente o conjunto de características externas e observáveis do candidato, como a cor da pele, o formato do nariz, a textura do cabelo e os lábios.

Foi, portanto, por entender que Alison não tinha as características físicas de uma pessoa parda que a comissão vetou o seu ingresso na universidade, o que, para quem vê fotografias suas, não deixa de causar certo espanto.



Quase no início de “Marrom e Amarelo”, romance de Paulo Scott semifinalista do International Booker Prize, em uma cena tão real quanto surreal, um grupo se reúne em Brasília para definir as normas para a seleção dos candidatos às vagas reservadas para cotistas no ensino público federal. A proposta do governo era a criação de um software apto a “selecionar quem era suficientemente preto, pardo e indígena pra obter o benefício”.

Em certo momento, alguém pergunta se realmente seria factível colocar em prática um programa capaz de padronizar critérios e afastar “a grande inimiga da nossa política de cotas”: a subjetividade. Não só era factível, responde um dos burocratas presentes, como iria “eliminar as situações de constrangimento a que os alunos de fenótipo intermediário, os pardos claros principalmente, são expostos quando comparecem às comissões de verificação das autodeclarações”.

Na sequência, um representante dos estudantes pergunta se não seria melhor retirar os pardos da legislação. A coordenadora da reunião responde que “sim, tinha gente do movimento negro que defendia aquela ideia e mandava mensagens pros congressistas pedindo alterações na legislação pra que só ficassem os pretos e os indígenas na lei, […] mas que uma exclusão como aquela estava fora de cogitação, porque tinha justificativas históricas bem sólidas pra presença dos pretos e dos pardos na política de cotas, justificativas históricas que ela arrolou de forma sucinta, justificativas que ele […], que aceitou estar ali representando os estudantes do país, devia conhecer”.



Na carta em que relata a viagem à Ilha de Vera Cruz, Pero Vaz de Caminha se refere aos indígenas por meio do termo pardo, utilizado duas vezes: “Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas”; “a feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos”. O primeiro ato de heteroidentificação fenotípica do Brasil já estava, portanto, na fundação da nossa relação colonial.

No entanto, o significado do vocábulo não se manteve assim. Ao contrário, oscilou consideravelmente. Com o estabelecimento da escravidão, foi com ele que, em vários registros, se identificaram os cativos de cor mais clara.

Por exemplo, em 1803, na freguesia de São José, em Santa Catarina, foram registrados 255 cativos, dos quais 157 pardos e 92 negros. Já no ano de 1827, dos 285 escravizados registrados, 119 foram identificados como pardos e 166 como negros.

Um pouco mais à frente, em 1870, em Porto Alegre, no inventário do comendador Batista, lê-se: “Deixo liberta a parda Leopoldina. Deixo para servirem meus herdeiros […] as duas pardas Rafaela e Cíntia, Justiniana creoula, Virgilina, Innocencio, Clara e João pardos, e José creoulos. […] O pardo Felisbino, e o creoulo Manoel Maria servirão meus herdeiros vinte annos, e servindo mal servirão trinta annos”.

A categoria foi utilizada já no primeiro Censo brasileiro, em 1872. Em 1890, foi substituída pelo termo mestiço. Desde a fundação do IBGE, em 1936, porém, quase sempre esteve presente e mudou de sentido diversas vezes.

No Censo de 1940, por exemplo, foram estabelecidas três categorias raciais: branco, preto e amarelo. A definição de pardo era negativa, feita por exclusão, já que nela cabiam todos os que não se encaixavam nas três raças puras. Pardo era, então, uma categoria residual.

No Censo de 1950, não constava qualquer definição do termo. Em 1960, se indicava que “para os aborígenes que vivem fora de aldeamento ou postos indígenas, deverá ser assinalado o retângulo de número 27 (pardo), assim como para os que se declararem: mulato, caboclo, cafuzo etc.”.

Em 1970, o Censo não levou em conta questões raciais. Contudo, uma pergunta do questionário da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) interrogava os cidadãos acerca da sua cor de pele. As respostas eram abertas e apareceram termos como branca suja, cor de cuia, pouco clara, sapecada, sarará, burro quando foge, melada, morena parda, café com leite, canela, cobre e queimada de sol.

Em 1980, em uma definição operada em parte por exclusão, em parte por afirmação, em parte por indefinição, se dizia que o retângulo referente aos pardos deveria ser assinalado por pessoas cujas definições fossem diferentes de branca, preta ou amarela, tais como: mulata, mestiça, índia, cabocla, cafuza, mameluca etc. Em 1991, de modo muito semelhante, a categoria era destinada para as categorias diferentes de branca, preta, amarela ou indígena, tais como: mulata, mestiça, cafuza, mameluca etc.

Foi somente no Censo 2000 que a categoria encontrou uma definição oficial exclusivamente afirmativa, ainda que imprecisa: pessoas “que se enquadrassem como parda ou se declarassem mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça”. Em 2010, de forma ainda mais simples, o retângulo deveria ser assinalado pelas pessoas “que se declarassem como pardas”.

Por fim, no Censo 2022, o IBGE instruía que o retângulo deveria ser assinalado por pessoas que se declarem como “pardas ou se identifiquem com a mistura de duas ou mais opções de cor ou raça, incluindo branca, preta ou indígena”. Nesse recenseamento, cerca de 92,1 milhões de pessoas (ou 45,3% da população) se declararam assim, fazendo dos pardos o grupo étnico-racial majoritário do país.



Em 2007, nove personalidades negras participaram do projeto da BBC Brasil Raízes Afro-brasileiras. Por meio de um exame de DNA, se buscava chegar ao percentual das suas origens genéticas. Seu Jorge, por exemplo, computou 12,9% de genes europeus e 85,1% de genes africanos. Djavan descobriu ter 65% de genes africanos, 30,1% europeus e 4,9% ameríndios.

Neguinho da Beija Flor, no resultado menos óbvio de todos, encontrou em seu genoma 67,1% de origem europeia e 31,5% de origem africana. A ex-ginasta Daiane dos Santos tem 40,8% de ancestralidade europeia, 39,7% de ancestralidade africana e 19,6% de ancestralidade indígena. Por fim, Sandra de Sá tem 96,7% de seu DNA composto de origem africana, 2,1% europeia e 1,1% ameríndia.

Ao receber os resultados do exame, Djavan disse se sentir “indubitavelmente negro em tudo”. Afirmou ter sido criado sob a cultura negra e ter “total a coisa do sangue negro, da veia negra na minha vida”. Criado pela mãe, “uma negra linda com a cultura africana no sangue”, o cantor e compositor alagoano não estranhou os 30% de ascendência europeia indicados no exame, pois sabia que seu pai era descendente de holandeses: “Meu pai era louro de olhos azuis”. “Se eu tivesse saído com os olhos azuis, não teria sido nenhuma aberração.”

Seu Jorge disse que tinha “muita esperança de ser 100% negro”. “Se fosse, eu ia pedir uma indenização muito pesada nesse país, mas sou filho dos culpados também.”



Em uma passagem de “O Avesso da Pele”, romance de Jeferson Tenório vencedor do Prêmio Jabuti, Pedro ouve o professor ensinar que as raças não existiam e que “a sua cor era uma invenção cruel e orquestrada pelos europeus”.

O mestre falou sobre “Lineu, um botânico sueco que começou a dividir a humanidade em raças de acordo com a origem e a cor da pele: os europeus, os americanos, os asiáticos, os africanos e os malaios”, sobre “Johann Blumenbach, um zoólogo alemão que seria o primeiro a atribuir cor à humanidade” e “dividiu os seres humanos em brancos, vermelhos, amarelos, marrons e pretos”, sobre “Arthur de Gobineau, o pai do racismo”, o sujeito que aproximou “o conceito de raça do discurso político” e “afirmou que as raças protagonizaram as lutas pelo poder e que, portanto, haveria raças inferiores e raças superiores”.

Pedro ouviu o professor dizer que todas essas eram “teorias que serviam apenas para fortalecer e sustentar o discurso racista da escravidão” e, ao ouvir tudo aquilo, não via a hora de encontrar com a namorada e contar tudo o que havia descoberto. Naquele dia, ele “saiu do cursinho como se tivesse descoberto o segredo da vida”.



Se é verdade que as raças são uma fraude científica, não é menos verdade que essa fraude impôs contornos históricos àquilo que somos, dos quais é imperativo que saibamos nos desfazer. É nossa tarefa civilizatória enfrentar as máculas originadas em nossos processos fundantes, e as políticas afirmativas são um dispositivo fundamental nesse trabalho de desrecalcamento.

Assim que a grita em relação ao episódio de Alison começou, não demoram a aparecer falas que defendiam que a situação explicitava o fato de que as políticas de cotas são um equívoco, o que, definitivamente, o caso não mostra.

Mas o Brasil não é a Suécia nem a Uganda nem o Japão nem os Estados Unidos nem a África do Sul. O Brasil é o Brasil: como já cantaram um mulato e um preto baianos, o Haiti é aqui, o Haiti não é aqui.

É importante atentarmos àquilo que a interseção das políticas públicas com a categoria vaga, oscilante e operatória do pardo catalisa e condensa. Se é urgente que possamos fazer todas as reparações possíveis, não é menos urgente que se possa corajosa e saudavelmente pensá-las com matizes brasileiros, seja lá o que isso for.

Senão, casos como o de Alison se repetirão incessantemente e, ao lado da mais justa reparação, produzirão constrangimento, trauma e dor, o exato oposto daquilo que temos o dever e o direito de tentar forjar em um país tão belo e violento como o nosso tem sabido ser.

INSS: confira data dos pagamentos para quem recebe mais de um mínimo

Aposentados, pensionistas e títulares que recebem mais de um salário mínimo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começarão a receber em 1º de abril.

Os pagamentos ocorrem de acordo com o número final do cartão de benefício. Aqueles que recebem há algum tempo, basta se atentar a data habitual.

Os valores serão pagos até 5 de abril. Veja o calendário completo:

Final Data

Finais 1 e 6 1º de abril

Finais 2 e 7 2 de abril

Finais 3 e 8 3 de abril

Finais 4 e 9 4 de abril

Finais 5 e 0 5 de abril

Os beneficiados do INSS que recebem até um salário mínimo começaram a receber nesta sexta-feira (22/3).

Os valores serão depositados até 5 de abril. Confira todas as datas:

Para acessar o extrato do INSS, basta acessar o aplicativo ou o site Meu INSS. Depois de acessar, é necessário fazer login com a conta Gov.br.

Dessa forma, os beneficiados conseguem ter acesso às informações sobre o benefício, como os valores, datas de pagamentos, além de remarcação ou agendamentos de perícias.

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Supremo derruba revisão da vida toda para aposentados do INSS

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), invalidaram, por maioria de votos, nesta quinta-feira (21), a chamada “revisão da vida toda” para aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Na prática, a corte invalidou um artigo da lei de 1999 que prevê os planos de previdência social.

Com isso, na hora de realizar o cálculo da aposentadoria, os beneficiários não poderão optar pela soma das maiores contribuições que realizou ao longo da vida, tendo direito a um salário mensal maior, como estava ocorrendo desde uma decisão do tribunal sobre o tema, tomada em 2022. O entendimento da corte afeta aposentados de todo o país, inclusive gerações que vão receber o benefício no futuro e reduz o valor dos pagamentos.

Com a decisão, o pagamento das aposentadorias terá de seguir o fator previdenciário. A decisão favorece a União, que reduz custos com os pagamentos. O governo alegou que a regra mais benéfica aos aposentados teria impacto de R$ 480 bilhões no orçamento. No entanto, levantamento do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário aponta que o custo seria menor, de R$ 1,5 bilhão.

Na sessão, os ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Kassio Nunes Marques votaram a favor do pedido do governo federal. Alexandre de Moraes, André Mendonça, Edson Fachin e Cármen Lúcia votaram a favor dos aposentados. O ministro Kássio Nunes, relator, ajustou o voto ao final e votou com a maioria.

A tese, ou seja, a definição do julgamento, foi a seguinte: “A declaração de constitucionalidade do artigo 3º, da lei 9876, de 1999, impõe que o dispositivo legal seja observado de forma cogente pelos demais órgãos do Poder Judiciário e pela administração pública em sua interpretação textual, que não permite exceção. O segurado do INSS que se enquadra no dispositivo não pode optar pela regra definitiva prevista no artigo 29, incisivos I e II, da lei 8.213, de 1991, independentemente de lhe ser mais favorável”

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