5 dicas para fazer a declaração do imposto de renda corretamente

A menos de um mês do início para os envios da Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF) 2025, muitos brasileiros começam a se preocupar com o preenchimento correto do documento. Para evitar erros que podem levar à malha fina e garantir que todas as deduções sejam aproveitadas corretamente, organização e atenção aos detalhes são essenciais.

Segundo Cassius Leal, fundador e CEO da Advys Contabilidade, um dos erros mais comuns no preenchimento da declaração é a falta de planejamento. “Muita gente deixa para a última hora e acaba cometendo deslizes que poderiam ser evitados com um pouco mais de organização”, alerta.

A seguir, Cassius Leal lista 5 dicas para facilitar o processo e garantir que a declaração seja feita sem complicações. Confira!

1. Organização é a chave

Antes de iniciar o preenchimento da declaração, é fundamental reunir todos os documentos necessários. Isso inclui informes de rendimentos (salários, aposentadorias, aluguéis), recibos de despesas médicas e educacionais, além de extratos bancários e de corretoras de investimento. “Se um contribuinte paga escola particular para o filho, por exemplo, ele precisa ter o comprovante de pagamento anual para lançar a informação corretamente”, explica Cassius Leal.

2. Não esconda rendimentos

Todos os rendimentos tributáveis devem ser declarados, incluindo ganhos extras, aluguel, pensão alimentícia e investimentos. Um erro comum é esquecer de informar os rendimentos dos dependentes. “Se seu filho fez um estágio remunerado, esse valor precisa ser incluído na declaração para evitar problemas com o Fisco”, ressalta o especialista.

3. Revise antes de enviar

Erros simples, como troca de números ou omissão de informações, podem levar a inconsistências e colocar a declaração na malha fina. Para evitar esse problema, o ideal é preencher o documento com calma e revisar todas as informações antes do envio. “O próprio sistema da Receita Federal permite que o contribuinte verifique inconsistências. Usar essa ferramenta pode evitar dores de cabeça no futuro”, destaca Cassius Leal.

Gastos com educação, saúde, previdência privada e dependentes podem ser abatidos do imposto devido (Imagem: Ground Picture | Shutterstock)

4. Atenção às deduções permitidas

Gastos com educação, saúde, previdência privada e dependentes podem ser abatidos do imposto devido, mas cada categoria tem regras específicas. “Despesas médicas, por exemplo, podem ser deduzidas, desde que comprovadas, enquanto os gastos com educação têm um teto anual”, orienta o CEO da Advys. Mas cuidado: despesas com planos de saúde em nome de empresa não podem ser deduzidas.

5. Use a declaração pré-preenchida

A Receita Federal oferece a opção da declaração pré-preenchida, que já inclui informações enviadas por empresas, bancos e outras fontes pagadoras. “Mesmo com o preenchimento automático, é essencial conferir se os dados estão corretos antes de enviar”, recomenda o especialista.

Antecipe-se e evite problemas

Além dessas cinco dicas, Cassius Leal faz um alerta: deixar a declaração para a última hora pode gerar estresse e aumentar o risco de cometer erros. “Nos últimos dias do prazo, é comum que o sistema da Receita enfrente instabilidades devido ao grande volume de acessos. Fazer a declaração com antecedência evita imprevistos”, finaliza.

Por Beatriz Moço

PF mira organização que atua na fronteira do Brasil com a Venezuela

A Polícia Federal, em ação conjunta com a Corregedoria da Receita Federal, deflagrou, nesta terça-feira (18/2), operação que investiga uma organização criminosa que atua na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.

Policiais federais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista (RR), Pacaraima (RR), Bonfim (RR), Itapema (SC) e Manaus (AM).

A Justiça Federal determinou o afastamento do cargo de um funcionário público por 120 dias, além do recolhimento do passaporte e proibição de deixar o país para outros dois investigados.

As investigações apontaram que os suspeitos simulavam a exportação visando o recebimento de isenções fiscais, mas os itens retornavam para serem vendidos em território nacional, ocasionando prejuízos aos cofres públicos e concorrência desleal com o mercado interno.

Os crimes investigados são corrupção ativa e passiva, contrabando, descaminho, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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O Correio tenta contato com a Receita Federal para saber mais detalhes da operação, mas ainda não obteve retorno.

PF mira organização que atua na fronteira do Brasil com a Venezuela

A Polícia Federal, em ação conjunta com a Corregedoria da Receita Federal, deflagrou, nesta terça-feira (18/2), operação que investiga uma organização criminosa que atua na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.

Policiais federais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista (RR), Pacaraima (RR), Bonfim (RR), Itapema (SC) e Manaus (AM).

A Justiça Federal determinou o afastamento do cargo de um funcionário público por 120 dias, além do recolhimento do passaporte e proibição de deixar o país para outros dois investigados.

As investigações apontaram que os suspeitos simulavam a exportação visando o recebimento de isenções fiscais, mas os itens retornavam para serem vendidos em território nacional, ocasionando prejuízos aos cofres públicos e concorrência desleal com o mercado interno.

Os crimes investigados são corrupção ativa e passiva, contrabando, descaminho, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Um dos pilares do bolsonarismo, evangélicos serão 35,8% da população em 2026, projeta estudo

Um levantamento da consultoria Mar Asset Management, divulgado no mês passado, projeta que os evangélicos representarão 35,8% da população em outubro de 2026. O cálculo foi feito a partir de dados da Receita Federal e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O segmento é um dos principais pilares do bolsonarismo e tem resistido aos acenos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nas últimas eleições, quando correspondiam a 32,1% da população, a intenção de voto às vésperas do segundo turno, medida pelo Datafolha, apontou que a maioria dos evangélicos votou em Jair Bolsonaro (PL). À época, 69% do segmento preteria Lula. Esse cenário ocorre desde 2018: Fernando Haddad (PT) tinha, no mesmo período, a intenção de voto de 31% dos evangélicos.

Segundo o cientista político Vinicius do Valle, diretor do Observatório dos Evangélicos, o distanciamento começou no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT). Um marco teria sido a divulgação do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), que previa apoio a um projeto de lei para descriminalização do aborto. A proposta gerou forte reação entre lideranças religiosas, levando o governo a recuar.

Desgaste crescente

O desgaste se intensificou com o deputado Marco Feliciano (PL-SP), que é pastor, na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Ele passou a pautar projetos como a permissão para que psicólogos oferecessem “cura gay”, sob protestos de ministros do governo Dilma e elogios das lideranças evangélicas. Enquanto essa agenda avançava, a reprovação de Dilma também crescia. Entre crises dentro e fora da igreja, o impeachment de Dilma foi aprovado com 92% de apoio na bancada evangélica.

Pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira mostra que 48% dos evangélicos consideram que Lula tem feito um trabalho ruim ou péssimo. Na população em geral, esse percentual é de 41%. Nesse segmento religioso, 21% avaliam o governo como ótimo ou bom. Eram 26% em dezembro. Para 28%, a gestão petista é regular.

Desde o início de seu terceiro mandato, Lula enfrenta desconfiança do segmento, alimentada por fake news durante a campanha eleitoral de 2022, como a sobre supostos planos de fechamento de igrejas. Depois de eleito, Lula não conseguiu construir pontes com o segmento.

Os acenos feitos nestes dois primeiros anos passaram pela ampliação da imunidade tributária das igrejas. Apesar de prevista na Constituição, a Reforma Tributária expandiu os benefícios às associações ligadas aos templos. Especialistas consideram que essas iniciativas foram insuficientes para reverter o distanciamento.

— Há uma percepção generalizada de que o governo não é simpático aos evangélicos. O fluxo comunicacional contra a gestão é muito forte — diz Vinicius do Valle.

Tropa bolsonarista

Enquanto o governo encontra dificuldades para dialogar, pastores influentes que apoiaram Bolsonaro seguem marcando posição. O bispo Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, avalia que Lula governa prioritariamente para a esquerda e que o engajamento da primeira-dama, Janja da Silva, em pautas progressistas também pesou na rejeição evangélica.

— A maior parte do segmento não tem elos (com Lula) e com o preço dos alimentos, a votação dos evangélicos carentes, ligados aos programas sociais, tende a diminuir — disse ele.

Já o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, destaca três episódios que, segundo ele, afastaram Lula do segmento: a revogação de portarias que dificultavam o aborto e duas declarações do presidente, uma contra o discurso de “costumes, família e patriotismo” e outra em que afirmou se orgulhar de ser chamado de comunista:

— A própria palavra de Lula está muito viva. São fatores ideológicos que mexem com as crenças do cristão e vamos relembrá-los durante as eleições.

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Funcionários da Receita Federal iniciam suspensão do desembaraço aduaneiro em protesto por reajuste

A partir desta semana, os servidores da Receita Federal iniciaram a suspensão do desembaraço aduaneiro, procedimento essencial para a liberação de mercadorias pela alfândega. A ação, denominada “Desembaraço Zero”, faz parte de um movimento de mobilização da categoria e terá duração de 15 dias, conforme informado pelo Comando Nacional de Mobilização (CNM).

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O objetivo da medida é pressionar o governo por um reajuste salarial, uma demanda já presente na greve dos auditores fiscais iniciada em 2024. A paralisação tem causado o acúmulo de quase 100 mil processos e gerado um prejuízo estimado em R$ 3,5 bilhões devido ao aumento de custos logísticos.

Até o momento, não há sinalização de uma solução para o impasse. A categoria segue reivindicando melhorias nas condições de trabalho e ajustes salariais, enquanto o governo federal tenta mediar a situação.

Impactos

Com a suspensão do desembaraço aduaneiro, produtos não essenciais, como eletrônicos, roupas e automóveis, podem sofrer atrasos na liberação, o que pode resultar em congestionamento de cargas nos portos e aeroportos. Medicamentos e cargas vivas estão isentos da medida, mas outros itens podem ficar retidos por tempo indeterminado.

Especialistas alertam para os possíveis impactos nas cadeias de suprimentos, que já enfrentam dificuldades logísticas devido à greve. Caso a paralisação se prolongue, o consumidor pode sentir falta de produtos nas prateleiras e um aumento de preços em diversos setores, destaca Jackson Campos, especialista em comércio exterior.

– Quase 100 mil processos estão atrasados por conta da greve dos auditores fiscais que começou em 2024. O prejuízo estimado com custos extra chega perto de R$ 3,5 bilhões. Todos os produtos que não sejam medicamentos e cargas vivas estão sujeitos a atrasos. Desde 12 de novembro os auditores estão fazendo um movimento de desembaraço zero, que deve durar por 15 dias. O consumidor pode começar a sentir falta de produtos nas prateleiras se a greve durar por mais tempo.

INSS atualiza lista de profissões que não podem ser MEI em 2025

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atualizou, na quarta-feira (12/2), a lista de profissões que não fazem parte do Microempreendedor Individual (2025). Ao todo, 13 ocupações foram excluídas.

O INSS também destacou que as atividades regulamentadas, como advocacia, medicina, engenharia e psicologia, já eram proibidas no MEI por causa da necessidade de registro em conselhos profissionais.

O MEI foi criado para incentivar a formalização de pequenos empreendedores e trabalhadores autônomos, oferecendo um regime tributário simplificado e benefícios como cobertura previdenciária. O programa destina-se a trabalhadores autônomos, pequenos comerciantes e prestadores de serviços que não possuem sócios e cujo faturamento anual não ultrapasse o limite estabelecido pela legislação (R$ 81 mil).

O novo calendário de pagamentos de microempreendedores individuais (MEIs) e autônomos já está em vigor. A partir dos dias 17 e 20 deste mês autônomos e MEIs, respectivamente, começarão a pagar um novo valor ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O reajuste é calculado com base no salário-mínimo (R$ 1.518). Apesar do novo piso nacional ter entrado em vigor em 1º de janeiro, o primeiro boleto a considerar o valor de contribuição vence em fevereiro. O recolhimento de MEIs e autônomos é sempre com relação ao mês anterior.

A contribuição é obrigatória para profissionais que trabalham por conta própria ou prestam serviços a empresas e por empreendedores e dá o acesso a benefícios previdenciários como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade.

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O pagamento deve ser feito pelo autônomo na rede bancária ou lotéricas até o dia 15 do mês seguinte ao da contribuição por meio da Guia da Previdência Social (GPS), que está disponível para emissão no aplicativo e site Meu INSS. Se o dia 15 for em feriado ou fim de semana, o pagamento pode ser feito no primeiro dia útil seguinte. Neste mês, a guia pode ser paga até segunda-feira (17/2). Os códigos de recolhimento podem ser consultados no site do INSS.

Crime organizado lucra mais com venda de combustível ilegal do que com cocaína

Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (12/2), mostra que o crime organizado lucra mais com a venda ilegal de combustível do que de cocaína. O estudo estima que a receita da ilegalidade, desde 2022, atingiu R$ 146,8 bilhões anuais em produtos como ouro, bebidas, combustíveis e lubrificantes, e cigarro.

O mercado mais lucrativo é o de combustíveis e lubrificantes, com arrecadação de R$ 61,5 bilhões, representando 41,8% da receita do crime organizado. Na sequência está o setor de bebidas, com R$56,9 bi (38,8% da receita), depois, a extração e produção de ouro, equivalente a R$18,2 bilhões (12,4%). Por fim, está a venda de tabaco, que arrecada R$ 10,3 bi e representa pequena fatia de 7% da receita.

Em comparação com os principais produtos que geram arrecadação, o estudo mostra que o tráfico de cocaína, por exemplo, rende apenas R$ 15 bilhões ao crime organizado. Em contrapartida, os crimes virtuais e os furtos de celulares, em apenas um ano, entre julho de 2023 e 2024, renderam R$ 186 bi.

A falta de controle e rastreabilidade dos produtos foi apontado pelo relatório como os principais pontos que contribuem para esse cenário.

“A falta de integração de dados e informações sobre produção, rastreamento, tributação e segurança entre órgãos como Receita Federal, Polícia Federal e agências reguladoras prejudica o enfrentamento ao crime organizado. A ausência de protocolos de atuação conjunta e de planejamento integrado limita a capacidade de rastreabilidade de produtos e a coordenação de ações para desarticular redes criminosas envolvidas em lavagem de dinheiro, evasão fiscal e controle territorial. Há necessidade de fortalecer iniciativas existentes, como operações multiagenciais e o intercâmbio de dados, além de implementar plataformas integradas e operações coordenadas,sob o controle público do Estado”, diz o documento.

O texto também aponta para a necessidade de maior controle do Estado. “Em áreas com baixo controle estatal, monopolizam serviços essenciais, como transporte e segurança, ampliando sua influência. A baixa presença do Estado Brasileiro em determinados territórios alimenta ciclos de violência, exclusão social e corrupção, dificultando a implementação de políticas públicas e de combate à economia do crime”, afirma.

Soluções tecnológicas são sugeridas para melhorar o cenário do crime organizado no Brasil. “Ferramentas tecnológicas como blockchain e marcação isotópica, aliadas a análises preditivas, podem conectar dados logísticos e financeiros, fortalecendo ações coordenadas para desmantelar essas redes criminosas”, conclui o relatório.

Informe de Rendimentos: empresas devem enviar documento a trabalhadores até 28 de fevereiro

Os empregadores têm até 28 de fevereiro para entregar o informe de rendimentos referente ao ano-base de 2024 aos funcionários. O prazo também se aplica a bancos, corretoras de valores e operadoras de saúde.

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Trabalhadores com carteira assinada e autônomos devem receber o documento contendo todas as suas fontes de renda, como salários, bônus, comissões, investimentos, aluguéis, pensões e aposentadorias. Essas informações são essenciais para a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

O informe deve conter o nome do contribuinte, CPF, descrição dos rendimentos, valores tributáveis e descontos do INSS. A Receita Federal utiliza esses dados para cruzar informações e identificar possíveis casos de sonegação.

Onde acessar o informe de rendimentos

O envio desse documento pode ser feito por Correios, e-mail, site ou intranet da empresa. O descumprimento do prazo de entrega ou o envio com erros gera multa de R$ 41,43 por documento. Caso não receba o informe, o contribuinte deve notificar a fonte pagadora por e-mail e utilizar os dados que possui para evitar penalidades por atraso na declaração.

Outra opção é acessar o informe de rendimentos diretamente pelo Portal e-CAC, via login Gov.br (nível prata ou ouro) porque as empresas são obrigadas a enviar estas mesmas informações para a Receita Federal anualmente.

A Receita Federal recomenda que o contribuinte guarde o informe de rendimentos por pelo menos cinco anos, assim como outros documentos que comprovem os valores declarados. As informações podem ser consultadas no Portal e-CAC, na opção “Declarações e Demonstrativos” > “Consulta de Rendimentos Informados por Fontes Pagadoras”.

Se o documento não estiver disponível na plataforma, o contribuinte pode somar todos os seus recebimentos do ano-base, considerando valores brutos, descontos do INSS e do IRRF. Para isso, pode utilizar holerites, recibos de férias e rescisão (para CLT) ou RPAs (para autônomos).

Segundo Diego Zacarias dos Santos, diretor de auditoria interna e assuntos regulatórios do escritório Contabilizei, manter esses registros é uma forma do contribuinte se resguardar.

“Se ele porventura cair na malha fina, terá todos os elementos comprobatórios de sua boa-fé, inclusive a evidência via e-mail, alertando a fonte pagadora da obrigação do fornecimento do documento”, explica.

5 vantagens de aderir ao MEI e sair da informalidade

O Brasil atingiu níveis históricos de trabalhadores informais no fim de 2024. A soma dos indivíduos que atuavam sem carteira assinada ou por conta própria sem CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) chegou a quase 40 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

Esse montante superou, inclusive, o total de empregados com carteira assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos), que foi de quase 39 milhões. Os dados revelam a desinformação e os riscos de trabalhar na informalidade, especialmente para quem atua em negócios próprios.

Especialista em Gestão Empresarial, Teresinha Back diz que a adesão ao MEI (Microempreendedor Individual) é uma forma vantajosa de o profissional formalizar seu trabalho, ter estabilidade, assegurar direitos e impulsionar a renda.

“A formalização, especialmente na modalidade MEI, é um passo importante para garantir segurança, acesso a benefícios e facilidades no cumprimento das obrigações fiscais e tributárias, possibilitando ao profissional atuar de forma legalizada e sustentável”, explica a professora do curso técnico em Administração da Escola Técnica Tupy (ETT).

O que é o MEI?

O Microempreendedor Individual (MEI) foi criado pelo Governo Federal, por meio da Lei Complementar 128/2008, para simplificar e facilitar a formalização de trabalhadores autônomos ou informais. O modelo permite que esses profissionais atuem de forma legalizada com uma carga tributária reduzida e menos burocracia.

“Ao se registrar como MEI, o profissional pode emitir notas fiscais, ter acesso a benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e licença-maternidade, e ainda contar com uma tributação simplificada, pagando um valor fixo mensal que inclui impostos como INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), para comércio, ou ISS (Imposto Sobre Serviços), para serviços”, comenta a professora da ETT.

Para ser MEI, o empreendedor deve atender a algumas condições, como ter faturamento anual de até R$ 81.000,00 e não ter participação em outra empresa. Além disso, pode contratar no máximo um funcionário. Essa formalização, reforça Teresinha Back, traz mais segurança jurídica ao profissional e facilita o acesso a crédito e outros serviços financeiros.

A formalização evita problemas com a fiscalização e simplifica a contribuição tributária (Imagem: StratfordProductions | Shutterstock)

Vantagens de se formalizar como MEI

Sair da informalidade como MEI traz uma série de vantagens. A formalização do negócio é a primeira delas, pois evita problemas com a fiscalização e permite que o profissional atue tranquilo, sabendo que está cumprindo as obrigações legais.

Para quem está pensando em se tornar MEI em 2025, Teresinha Back lista mais 5 benefícios:

Simplificação tributária: o MEI paga um valor fixo mensal, que inclui impostos como ISS, INSS e ICMS;

Facilidade para emitir notas fiscais: com o CNPJ é possível emitir notas fiscais de forma simples e legal;

Acesso a benefícios previdenciários: o MEI tem direito à aposentadoria, auxílio-doença, licença maternidade e paternidade;

Facilidade de acesso a crédito: com o CNPJ, o microempreendedor tem mais facilidade para obter financiamentos e crédito em bancos e instituições financeiras;

Contratação de um empregado: o MEI pode contratar um funcionário com um custo mais baixo, já que a formalização permite pagar uma contribuição reduzida para o INSS e outros encargos trabalhistas.

Por Graziela Lindner

Especialistas fazem alerta sobre a volatilidade da Bolsa em 2025

Depois de encerrar 2024 com perdas de 10,36%, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) segue sem ofertas novas de ações e um terreno perigoso para investidores conservadores. A última abertura de capital (IPO) na Bolsa brasileira ocorreu em dezembro de 2021, e não há expectativa de retomada no setor.

Apesar de o Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, acumular alta de 3,6% no ano até sexta-feira, e fechar aos 124,6 mil pontos, analistas ouvidos pelo Correio recomendam cautela para esse tipo de aplicação.

Com a perspectiva de alta da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,25% ao ano, nos próximos meses, para mais de 15% anuais, aplicações na renda fixa indexadas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que acompanha a Selic, e até mesmo à inflação, são os mais atrativos e itens obrigatórios na carteira de quem tem planos de investir em 2025, além de oportunidades no mercado internacional, de acordo com o CIO da XP Investimentos, Artur Wichmann. Ele admite que a B3 não está entre as recomendações da instituição neste ano.

A orientação da companhia para os clientes é que se o investidor quer um portfólio balanceado, é preciso ter três pilares centrais: 1) aplicações de renda fixa pós-fixada, porque a Selic vai continuar alta durante algum tempo; 2) aplicações de renda fixa atreladas à inflação; e 3) diversificação internacional. “Esses dois primeiros pilares da renda fixa são quase semipermanentes. E não digo permanente, porque não existe nada permanente em investimentos, porque o maior destruidor de valor para um portfólio é a inflação e a minha principal tarefa é proteger o valor do portfólio dos nossos 4 milhões de investidores”, disse Wichmann.

O executivo tem feito reuniões em várias capitais do país apresentando o relatório Onde investir em 2025 aos clientes e esteve, na quarta-feira, em Brasília, quando conversou com o Correio. Segundo ele, a Bolsa nacional é para quem tem estômago, porque ainda haverá muita volatilidade pela frente devido às incertezas domésticas e externas.

“Não se trata de tentar fugir do Brasil e do risco país. O Brasil é 1% do mercado de capitais global. Mas será que nos outros 99% não tem nenhuma oportunidade de investimento? Lá fora, existem empresas que brigam no mercado há 100 anos e ganham, mas também há algo mais transformador para a sociedade como um todo: a transformação de riquezas, porque, hoje, para criar riqueza, é preciso de capital intelectual”, afirmou ele, recomendando que empresas ligadas à inteligência artificial têm futuro promissor. “Ter essa diversificação internacional ajuda o investidor a participar dos ganhos do sistema capitalista global em um momento onde está havendo uma profunda transformação tecnológica que vai criar muito valor”, disse.

No ano passado, investidores estrangeiros bateram em retirada da B3 e deixaram um saldo negativo de R$ 24,2 bilhões no ano passado. Conforme dados da consultoria de dados financeiros Elos Ayta, a B3 atingiu baixos níveis de liquidez em 2024 e o número de empresas gira, atualmente, em torno de 300, bem abaixo do recorde de mais de 400. Einar Rivero, CEO Elos Ayta, fez um comparativo do desempenho da Bolsa brasileira nos primeiros dois anos dos governos da nova República desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Nos dois primeiros anos do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o IBovespa acumula ganhos de 9,61%, abaixo da variação do CDI entre os anos de 2023 e 2024, de 25,22%. Esse desempenho só ganha do primeiro biênio de Lula2, quando as perdas somaram 15,57%; e no primeiro biênio do mandato de Dilma Rousseff (PT), que registrou perdas de 12,05% entre 2011 e 2012. Enquanto isso, o CDI apresentou altas de 25,66% e de 20,97%, no mesmo período, respectivamente, conforme os dados levantados por Rivero.

Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos, também reconheceu que nunca é bom para a Bolsa quando a Selic está alta. “E, mesmo se houver um recuo dos juros básicos de 15% para 14,75% ao ano no fim de dezembro, como nas nossas projeções, ainda é um patamar muito alto, porque as expectativas de inflação seguem desancoradas, dificultando o trabalho do Banco Central”, alertou ele, que prevê o IBovespa encerrando o ano em torno de 140 mil pontos. “No meu modelo, a B3 ainda é uma boa opção para os investidores, porque está barata, com P/L de 8,5 contra o P/L de 25 do índice da S&P (em Nova York)”, afirmou. O P/L é um indicador de valuation da Bolsa, que mede a razão entre o preço e o lucro de uma ação.

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É preciso garimpar e saber escolher as ações, de acordo com os especialistas. Santo destacou que, apesar de a renda fixa estar atrativa, “ainda existem algumas ações na B3 que estão extremamente descontadas”. Para ele, contudo, a questão política ainda vai ser determinante para o desempenho da Bolsa, devido às eleições de 2026. “Por enquanto, ainda vamos ver muita volatilidade na Bolsa e no câmbio neste primeiro semestre. Quem tem um perfil conservador não deve investir na Bolsa mesmo, apenas quem tem perfil mais agressivo, porque vamos ter bastante solavanco”, alertou.

E, para quem ainda tem interesse em olhar para a Bolsa, Santo recomenda ainda olhar para as ações de empresas bem administradas. “Não podemos esquecer que o país não está em recessão, mas corre o risco de uma desaceleração maior no segundo semestre”, disse Santo. Outra recomendação que Santo faz é evitar IPO. “Historicamente, a maioria perdeu”, emendou o economista.