O químico industrial Rafael Almada, de 42 anos, é desde 2018 o reitor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). Ex-aluno do então Cefet de Nilópolis, transformado em campus do instituto com a lei que criou a instituição, em 2008, o reitor está diante de uma das maiores expansões da rede fluminense, que hoje conta com 15 unidades. Além dos campi (plural de campus) já existentes — Maracanã, Realengo, Niterói e São Gonçalo, há ainda os da Baixada Fluminense (Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis e São João de Meriti), da Região dos Lagos (Arraial do Cabo), do Vale do Paraíba (Pinheiral, Resende e Volta Redonda) e da região de Vassouras (Engenheiro Paulo de Frontin e Paracambi) — o Rio deve ser contemplado com novas seis unidades, incluindo a construção de novos prédios em Belford Roxo e São Gonçalo.

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Essa ampliação será oficializada na próxima terça-feira, dia 12, quando o presidente Lula fará o anúncio de 100 novas unidades do Instituto Federal no país. Almada, que marcará presença na cerimônia, realizada em Brasília, detalha para o EXTRA como será essa ampliação da rede no Rio, fala dos cursos ofertados e ainda anuncia aulas ministradas dentro da indústria.

Quais são as novas unidades?

Agora, nesse novo governo, foi retomada a discussão das expansões. Das 100 novas unidades do Brasil, no Rio de Janeiro, o Lula falou em cinco. Entram três que já estavam anunciadas entre 2011 e 2013: Belford Roxo, Complexo do Alemão e Curicica/Cidade de Deus, que não acabaram não acontecendo. Eu até digo que nem são novas unidades, é quase uma dívida do instituto ou do Governo Federal em entregá-las. Além do Complexo do Alemão e de Curicica/Cidade de Deus, que será construído na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico, a gente até chegou a ir para o espaço em Belford Roxo, mas acabou não tendo a construção de uma sede definitiva (que acontecerá agora). Terá ainda unidades em Magé e Teresópolis, assim como a construção de um prédio novo, para o campus São Gonçalo.

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Em que pé estão esses campi?

Estamos no processo inicial das licitações e na finalização dos projetos executivos (Alemão, Belford Roxo e Parque Olímpico). A ideia é que a gente possa licitar neste ano e trabalhar com o prazo de inaugurar até ano que vem. Já em Magé e Teresópolis, precisamos sentar com os prefeitos: talvez fiquem para 2026.

Que cursos serão oferecidos neles?

No Alemão, reunimos lideranças e começamos a conversar as possibilidades: enquanto o campus não sai do papel, iniciaremos cursos na Nave do Conhecimento e na Imperatriz Leopoldinense, com a previsão de, já em abril, ter alguns cursos de qualificação para começar a criar esse ambiente. Na Arena Carioca 2, queremos aproveitar o legado olímpico para permear cursos ligados ao esporte e à qualidade de vida. Já em Belford Roxo, tem dois eixos: de cultura e design, além do de gestão e negócios. Em Magé e Teresópolis a gente ainda não começou a discussão dos cursos, mas há a possibilidade de chegar antes em Teresópolis, usando um prédio do INSS.

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A antiga estação da Leopoldina também abrigaria uma nova unidade, correto?

Sim, mas não será anunciado na terça. Como a prefeitura ainda está num processo de burocracia administrativa, vamos conversar nos próximos meses, para pensar um modelo completo. Por lá, a ideia é que o prédio principal possa ter uma escola técnica do Instituto Federal, com formação na área de arte e cultura.

Essa é a maior expansão do IFRJ?

Com essas unidades, sim, é uma das maiores. Nas outras expansões foram duas, três unidades, ou incorporações. Essa tem uma expectativa maior de virem mais opções do Rio. Se entrar Leopoldina em todo esse contexto, então, será maior ainda. Os únicos campi construídos do zero, até então, foram Niterói e Realengo.

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Durante sua agenda no Rio em fevereiro, o presidente Lula o elogiou como um ‘reitor entusiasmado’. Como você vê essa característica aplicada no dia a dia da instituição?

Ele fazer esse elogio é um reconhecimento de que vale à pena esse trabalho. Fiquei muito feliz. Às vezes as pessoas fazem imagem do reitor daquele cara já em fim de carreira, um burocrata, e a gente muda um pouco disso. Sou sonhador e acho que a gente precisa fazer o diferencial, porque não dá para o professor ou qualquer servidor achar que, por estar num cargo público, pode se acomodar. O Lula foi muito generoso, e vou trabalhar para que a gente possa cada vez mais ser reconhecido por esse trabalho.

O Instituto Federal precisa se adaptar às demandas locais. Como isso funciona no Rio?

Como o instituto teve um processo de descentralização das capitais, ele potencializa que o estudante do interior não precise sair para a capital para estudar. No IFRJ, a gente tenta fazer sempre o mesmo tecnológico: o campus Realengo é da área da Saúde; Maracanã, dos eixos da química, meio ambiente e alimentos; Engenheiro Paulo de Frontin, focado na área de games, jogos e informática; Caxias é petróleo e gás. Não adianta ter uma Refinaria Duque de Caxias, por exemplo, e o instituto não dialogar com isso.

E o que esperar de novidades para os alunos do IFRJ?

Estamos desenhando um projeto para formação no setor de grande varejo, na parte de supermercados, para uma capacitação in loco. A partir de uma demanda no setor, faremos uma formação a partir dos cursos que a gente tem. Também estamos conversando com redes de farmácia, para desenvolver um curso in loco. Seria uma forma de levar a qualificação para o espaço de trabalho: tenho certeza que, assim, o trabalhador entende ser possível estudar e a importância de não parar de se capacitar, porque isso gera oportunidades.

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