Alguns têm o hábito de pedir comida à noite, outros no meio do dia e há quem prefira as primeiras horas da manhã. Mas foi a madrugada que registrou um dos maiores aumentos no delivery. O serviço de entrega de refeições neste horário teve uma alta de 24,7% no segundo trimestre de 2024, se comparado com o mesmo período do ano passado. O dado faz parte de um levantamento feito pelo iFood.
Lucro: micro e pequenas empresas digitais do Rio de Janeiro faturam R$ 88 milhões no terceiro trimestre de 2024 Apostas: caixa deve entrar no mercado de bets em abril de 2025
O aumento expressivo no delivery na madrugada reflete uma mudança nos hábitos de consumo, impulsionada pela busca crescente por praticidade. Para Beatriz Pentagna, líder da área de Marketing do Ifood, a flexibilidade de horários dos serviços oferecidos nas plataformas de entrega é cada vez mais valorizada.
“Os consumidores e estabelecimentos estão descobrindo, cada vez mais, novas ocasiões para pedidos por delivery. A madrugada é uma dessas tendências, atendendo desde pessoas que trabalham de plantão até quem chega da balada”, afirma Beatriz.
Karine Karam, professora de Pesquisa e Comportamento do Consumidor da ESPM, aponta que o delivery noturno se consolidou durante a pandemia:
— Esse consumo está crescendo porque o estilo de vida noturno, seja para trabalhar, estudar ou se entreter, foi intensificado na pandemia. Na medida que esse serviço de conveniência se estabelece, essa infraestrutura de entrega melhora, e o consumidor consegue ter ofertas, a tendência é aumentar os pedidos.
Concurso dos Correios: edital será publicado na próxima semana. Provas estão previstas para 15 de dezembro
Além do crescimento dos pedidos, a madrugada tem se revelado uma excelente oportunidade de negócios devido ao baixo percentual de bares e restaurantes abertos: apenas 7%, segundo a plataforma de entrega.
— Caso não tenha como montar um negócio físico, existe a opção das dark kitchens, cozinhas onde são feitas refeições exclusivamente para delivery. Como permite o trabalho de casa, esse modelo abre portas para pequenos empreendedores expandirem seu negócio, inclusive geograficamente — explica Karine Karam.
Perfis dos consumidores
Seis em cada dez usuários do iFood têm de 25 a 44 anos, segundo uma pesquisa feita pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec). Além disso, a maior parte (56%) dos clientes do aplicativo são mulheres.
INSS: STJ veta penhora de benefícios previdenciários para pagar advogados
Karine Karam, professora de Pesquisa e Comportamento do Consumidor da ESPM, aconselha a quem for abrir um novo negócio a investigar o perfil de quem consome:
— Para montar um negócio, o ideal é que se faça pesquisa para entender quais são as demandas desse consumidor.
Segundo o relatório, a madrugada é o momento do dia com o maior percentual de pedidos por lanches, que aparece em 70% das entregas feitas pela empresa. Na sequência, está o período da tarde, com 45% das solicitações.
Lucros: Micro e pequenas empresas digitais do Rio de Janeiro faturam R$ 88 milhões no terceiro trimestre de 2024
A líder da área de Marketing do iFood, Beatriz Pentagna, aponta outro dado importante: os dias com maiores quantidades de pedidos.
— No geral, os dias com mais pedidos são sexta-feira e sábado. Os consumidores tendem a fazer mais pedidos durante o final de semana, quando estão mais propensos a atividades de lazer — explica.
Planos para lojas que funcionam 24 horas
O serviço de entregas Rappi também tem a modalidade Turbo como solução para a madrugada. Neste caso, afirma a empresa, o número de pedidos por loja cresceu 84% de 2023 para 2024, mas funciona somente em São Paulo, onde já há dez lojas que fazem a cobertura da cidade 24 horas. O plano é ter lojas 24 horas também no Rio ainda neste ano.
Segundo a companhia, 80% do volume de vendas de madrugada estão entre cervejas, destilados, snacks, sorvetes e sobremesas, vinhos e energéticos. A principal é a cerveja, com 20%.
Adesão na pandemia
Com cerca de 13 anos de atividade, o T.T. Burger se rendeu às entregas de refeição na madrugada no período da pandemia. Antes, os sócios acreditavam que esse modelo comprometeria a qualidade do produto.
— Nos anos iniciais, a empresa não utilizava delivery porque a gente acreditava que teria uma qualidade melhor no presencial. Com o tempo, adotamos um método para que os nossos pedidos chegassem à casa do cliente com o mesmo padrão — explica Felipe Dutra, CEO do T.T. Burger.
Secretaria de Educação do Rio: 278 professores concluem migração para 30 horas semanais
A empresa começa a preparar os pedidos conforme o tempo que falta para o entregador chegar à loja. Dessa forma, os motoboys e os ciclistas também tiveram ganhos de produtividade.
Outra crença que caiu por terra foi a de que somente teriam pedidos de madrugada nos fins de semana.
– A grande virada foi ter a percepção de que existe consumo de madrugada em dias de semana. Foi aí que passamos a ter todas as unidades do Rio de Janeiro em operação até as 2h — afirma Dutra.
Possibilidade de ganhos extras
O entregador Luã Aleixo da Silva, de 29 anos, começou a fazer entregas na madrugada há seis, devido à melhor remuneração oferecida. E não se arrepende. Em seu emprego anterior, ele ganhava um salário mínimo por mês, o equivalente a R$ 954, em 2018. Com as entregas, passou a ganhar o mesmo valor semanalmente.
– Após criarem o horário da madrugada, eu saí do meu trabalho e fui para o aplicativo de entregas. Eu tinha uma jornada de oito horas por dia e ganhava um salário mínimo no final do mês. Já com o aplicativo, eu comecei a ganhar muito mais. Naquela época, eu conseguia tirar o salário mínimo em uma semana de corrida – afirma o entregador.
O delivery na madrugada passou a ser uma opção ainda mais vantajosa quando o entregador percebeu que haviam recompensas para quem fazia entregas nesse horário:
Bolso do consumidor: Custo da cesta básica no Rio sobe mais de 5% em um ano e chega a R$ 757,30
— Geralmente, o pagamento mínimo por uma corrida é de R$ 6,50, o que depende da distância. Após a meia-noite, as entregas têm um acréscimo a partir de R$ 2. Fora os dias em que há pagamento adicional em horários especiais.
Atualmente, ele tem uma meta de 20 entregas diárias e costuma aceitar pedidos até as 3h. Dentre as vantagens da madrugada, Luã aponta a falta de trânsito. Por outro lado, o horário tem riscos quanto à segurança.
— O risco de assalto aumenta pelo fato de a rua estar deserta. Por isso, é importante o cliente descer na hora de pegar o pedido. Dessa forma, a gente não corre o risco de perder o veículo de trabalho — explica o entregador.
Saiba mais
Madrugada é o horário com menos lojas abertas
Considerando os estabelecimentos com horário fixo, a madrugada é o momento do dia com o menor percentual de empresas funcionando: apenas 7%. Com 19%, a manhã é o segundo horário com o índice mais baixo. Na sequência, aparecem, a tarde (47%), o almoço (57%) e o jantar (77%).
Manhã teve maior crescimento
O número de pedidos no café da manhã aumentou 30,7% na comparação entre o segundo trimestre de 2024 com o mesmo período do ano passado. A madrugada teve o segundo maior, com 24,7% de alta. O lanche da tarde, o almoço e o jantar completam a lista com crescimento de 20,7%, 19,6% e 17,3%, respectivamente.
Uso de inteligência artificial
Sete em cada dez estabelecimentos que atuam no iFood utilizam inteligência artificial. A maior maior parte (97%) recorre às funções do ChatGPT em seus serviços.
Tempo na plataforma
A maior parte dos empreendedores que utilizam o iFood está há cerca de dois anos e seis meses na plataforma, segundo dados do segundo trimestre de 2024.
Totalmente delivery
De acordo com o relatório, 59% dos estabelecimentos atuam totalmente no delivery, ou seja, não fazem atendimento presencial.
Vale-refeição
Os dados revelam também que 30% dos usuários utilizam vale-refeição nas compras do aplicativo.
Saiba Mais:
Mega-Sena: ninguém acerta as seis dezenas, e prêmio acumula em R$ 50 milhões
Desfazer
Cid: relação conturbada com os filhos e desabafo sobre rompimento
Desfazer
Antes de morrer, Cid Moreira completou um ano morando com a esposa em casa de 700 m² na Serra do Rio
Desfazer
Mais recente Próxima Herança de outra era: envio de telegrama resiste ao tempo no Brasil